"Espero poder contar tudo a você,como nunca pude contar a ninguém,e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda." Anne Frank
“Não há nada mais envolvente do que um diário a ser lido. Não há maior sensação de estar penetrando realmente em algo proibido.”

Anne Maria Frank. Judia. Alemã.

Hitler e suas tropas tomavam país após país. Invadiam casa após casa. Destruíam vida após vida. Família após família. Anne, os pais e a irmã tiveram que se esconder numa espécie de armazém, na Holanda. Portas falsas. Fechadas. E ouvia os aviões passarem sobre suas cabeças. E ouvia as explosões tarde da noite. Perdia o sono.

Nunca, nunca abra as janelas.

"O diário de Anne Frank" é considerado um dos livros mais importantes do século XX. O horror nazista, o terror da guerra, tudo contado em primeira pessoa por uma garota de treze anos. Por dois anos, Anne relata a convivência em esconderijo, não só com sua família, mas com outra, com a qual eram obrigados a dividir o aposento. Acho que nunca vi nada tão sincero nem tão possível de se apaixonar. Não é só um livro. São segredinhos jovens, coisas que os adultos tentam desesperadamente fazer e entender, como se nunca tivessem tido menos de trinta anos um dia. Ou, talvez, simplesmente tenham esquecido.

Desde as desavenças com a mãe, as decepções com o pai, o questionamento sobre porque garotas têm que gostar de garotos e vice-versa, o descobrimento do que é sair da infância e ingressar na adolescência, o livro tem tudo o que um livro precisa para ser perfeito. Não li só uma vez. Li uma, duas, três. E não cansei. E não me enchi de descobrir novos segredos a cada página. A história é sincera. E tem aquelas migrações repentinas de humor com a qual nós, jovens, já nos acostumamos. Ela odeia o pai. Mas ela o ama.

Sempre fui fascinado por relatos de guerra. E confesso que ainda não encontrei um melhor do que este. Nada tão belo. Nada tão simples. Nada tão sutil. Nada tão triste. Nada tão digno de ser sempre lembrado. E tudo é real. O fim é real. Mas não há nada assim tão mágico. E gostaria de fazer uma pequena observação aqui...


“Não há nada mais horrível do que uma guerra. Nem mais inútil. Se você não consegue imaginar como foi, lembre-se das crianças. Sem pai. Sem mãe. Sem nada. Chorando sozinhas numa rua destruída. Esperando por uma salvação que talvez nunca chegasse. E choravam. E não entendiam. Não há o que entender. Simplesmente não há.”