“Abençoados são os corações que conseguem se curvar, pois nunca serão partidos. Mas, eu me pergunto: se não partir, não haverá cura. Não havendo cura, então não haverá aprendizado. E se não houver aprendizado, não terá luta. Mas a luta é uma parte da vida. Então, devem todos os corações partirem?”.

Albert Cammus.





Quando eu tinha uns 13 anos e o SBT ainda passava séries em um horário decente nas manhãs de domingo (agora eles passam depois da UMA da manhã), eu me lembro de assistir uma série bacana, mas não Incrível, que sempre acabava com um texto de algum autor como esse aí de cima. Era ‘One Tree Hill’ que, aqui no Brasil, ganhou o nome de ‘Lances da Vida’.

Sete anos depois, eu definitivamente não poderia imaginar que encontraria um desses episódios perdidos em umas dessas madrugas insone, zapeando pela TV sem ter certeza se encontraria algo minimamente interessante pra assistir e chamar o sono. Muito menos poderia imaginar que me tornaria uma fã!

Mas o fato é que me tornei; OTH é uma série norte-americana que teve inicio em 2003 e durou até abril desse ano.

Através da disputa entre dois meio irmãos (Lucas e Nathan Scott) pelo reconhecimento de ser o melhor jogador de basquete do colégio, talento herdado do pai, o primeiro grande cara mau de toda a história (sim, no decorrer muitos outros aparecem) e de um inicial quadrilátero amoroso, bem parecido com aquele famoso poema de Drummond: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava...” onde Lucas se apaixona por Peyton que namora Nathan que começa a se interessa por Haley que é a melhor amiga de Lucas. E, onde Lucas acaba namorando Brooke que é melhor amiga de Peyton (Tonto?rs. É normal!), a série fala sobre a vida: os amores que passam por ela, as canções que a embalam , o lugar onde a vivemos, as decisões que tomamos.

Sim, tem muito romance, muita love story; porém, OTH não é só sobre isso, não é só garota encontra garoto, garota perde garoto. Ela é, ao meu ver, acima de tudo, sobre o poder dessa coisa maluca que nos faz amar e conviver com completos estranhos como se fôssemos irmãos de alma: a Amizade.

A amizade que sempre torna menos doloroso e solitário a recuperação após uma decepção amorosa, ou quando nossos sonhos não se realizam como imaginávamos ou quando alguém se vai pra sempre. A amizade que tem o poder de juntar pessoas diferentes e fazer delas parceiras em algo bonito e construtivo. A amizade que nos ajuda a curar um coração partido. Essa amizade que encontramos em quem, ás vezes, menos esperamos e que nunca se vai.

Hoje, que estou oficialmente na 6ª temporada, mas já assisti a alguns episódios das seguintes, eu posso perceber que há sete anos atrás eu não conseguia compreender tão bem quanto hoje o que tudo isso significa. Eu não conseguia dimensionar a importância que meus amigos teriam na minha vida até aqui e, por isso, não achava a série tão incrível assim. Mas agora eu sei, e esse texto é, também, uma forma de dizer obrigada a eles, por tudo e mais um pouco.

Assistir OTH me dá essa dimensão da vida, da minha vida. Me dá vontade de ligar pra aquele velho amigo e agradecer pelo abraço naquele dia terrível. Me dá vontade de oferecer um abraço apertado também, daqueles que só se dá em quem a gente ama muito. Talvez, pra você a série não cause impacto, seja sei lá, só mais uma história sobre jovens de ensino médio que bebem e se “pegam”, mas... talvez não.



Então, essa é minha dica de hoje: uma boa história, com ótimos diálogos, trilha sonora aclamada pela crítica (aliás, todos os títulos dos episódios são nomes ou partes de canções famosas) e com grande potencial de impacto, rs.

P.S: Como a série é das antigas, provavelmente muitos de vocês já ouviram falar ou até mesmo acompanharam, então, todas as opiniões são super bem-vindas e esperadas com ansiedade *__*, ok? AH, não sei se o SBT continua transmitindo madrugada a fora, mas na FOX ela está indo para a nona e última temporada toda quarta-feira 13h. E pra quem quiser acompanhar tudo, todas essas já estão disponíveis em diversos sites pra baixar ou assistir online.


Foi ótimo estar como vocês!
Beijos da sua, Rainha Branca.

=*