Não pretendo relatar referências, mas sensações. Falarei um pouco do que achei de Jesse Thomas, uma garota ruiva que se apresenta em barezinhos nos Estados Unidos, com a velha arte do voz-violão. Infelizmente não sou bom em fornecer informações precisas, então proponho que você tente ter as mesmas sensações que tive, daí entenderá bem sobre o que estou falando. Caso contrário, o texto será, uma pena, inútil. 

Imagine-se dizendo "Mãe, cansei disso tudo! Vou viajar e saber o que é ser feliz!". Imagine-se com um tremendo vento no rosto, afagando suas bochechas, enquanto sua cabeça está estendida pra fora de um ônibus, e seus cabelos fazem cócegas na nuca. Imagine-se passando por árvores secas, cheias de folhas embaixo, e por velhas fazendas, e velhos animais, e velhos lugares que você sente saudade de nunca ter visitado. Saudade. ''Musiquinhas simples e confortáveis demais...'' 
Se você ainda acredita em historinhas que durem para sempre, e se você ainda consegue imaginar sábados ensolarados e céus de todas as cores, definitivamente você se sentiria feliz surtindo no musical de vocal e notas simples que a garota ruiva perdida em Los Angeles faz. 

Se você gosta de roupas grandes e manchadas de mostarda, que têm calor próprio e que você só usa em casa, não pela beleza - ou a falta dela -, mas pela sensação de abraço que elas te dão, então definitivamente você deveria tentar conhecer a Jesse Thomas.

Não estou propagandeando ninguém - pelo menos não é o que quero -, mas, acredite, boas músicas trazem boas sensações, e todas essas eu tive ouvindo uma única voz, e sua capacidade incompressível de me fazer pensar em coisas incomuns, como manhãs de sábado, roupas velhas e ônibus que têm vento próprio que fustiga na pele, embaralhando faces e transparecendo ideias e ideais. Depois pensei em crianças sorrindo, e depois em cachorros babões cheio de amor e energia. Então descobri que tinha gostado de ouvir tudo aquilo. Depois, descobri que gostaria de ouvir um pouco mais. E mais um pouco. Da fascinante e simples sinfonia de Jesse Thomas.

  

Espero sinceramente que gostem tanto quanto eu...

Até mais, o Doug.