Desde a Antiguidade, o homem se reunia em volta de fogueiras para narrar histórias de deuses, heróis, guerras e caçadas. Histórias cheias de personagens fantásticos e, ao mesmo tempo, tão terrenos, que sempre hão de impressionar o ser humano, porque são esses deuses e heróis todo-poderosos que um dia almejamos ser. Almejamos o poder, o amor, a beleza, o saber. Essa foi a base da mitologia contemporânea. Surgiram, então, os heróis modernos, para salvar o povo e nos deliciar com suas aventuras.


Assim como os gregos conheciam Hércules e Aquiles, todos conhecem heróis como o Superman, o Homem-Aranha e o Batman. Surgidos nas histórias em quadrinhos, esses personagens chegaram ao seu ápice com a ajuda da indústria cinematográfica, têm se tornado ícones culturais e arrecadam bilhões em bilheterias. Como grande fã dos quadrinhos, nunca perco uma adaptação.

Existe uma constante disputa entre a Marvel Comics (a casa dos X-Men, Quarteto Fantástico e companhia...) e a DC Comics (a veterana dos quadrinhos, dona da épica Liga da Justiça) pela hegemonia no mundo da Nona Arte. A DC nos deu clássicos como um jovem kriptoniano que foi mandado para a Terra, um homem-morcego que combate o crime em Gotham e uma princesa amazona da justiça. Já a Marvel revolucionou ao nos dar personagens mais humanos: um jovem nerd picado por uma aranha radioativa, uma família fantástica, um industrial com coração de ferro, etc. Até agora, ninguém conseguiu vencer essa luta e ela está sendo travada em um novo campo: o cinema.


A DC nos deu os primeiros filmes de super-heróis que tiveram repercussão: quatro filmes do Superman (lembrando que o segundo é aquele da famosa cena em que Clark salva a sua amada Lois Lane, que foi lançada à morte de um helicóptero, e também que os professores de física adoram usar como exemplo de má aplicação das leis de Newton), o Batman de 1989 (dirigido por Tim Burton, e com elenco de peso), Batman: O Retorno (aquele com o Pinguim e a Mulher-Gato), Batman Eternamente (que tem a Batgirl, o Robin, o Duas-Caras e uma versão terrível de Jim Carrey como Charada) e Batman e Robin (Uma Thurman como Hera Venenosa e Arnold Schwarzenegger como Sr. Frio). Daí, os mais novos, Mulher-Gato (com Halle Berry no papel principal),  Batman Begins (estreia de Christian Bale como o Morcegão) e Superman: O Retorno. Filmes divertidos, mas, a grande maioria, desastres cinematográficos.


Já a Marvel começou bem fraquinha: primeiro trouxe o caçador de vampiros Blade para as telonas, que por algum motivo rendeu uma trilogia, com os seguimentos Blade 2 e Blade Trinity. Depois, foi a vez dos X-Men, que também renderam uma trilogia, com X2 e X-Men: O Confronto Final (dessa vez Halle Berry larga a roupa de gata e encarna a Tempestade). Mas então, veio o grande trunfo da editora: o Homem-Aranha, que consolidou os filmes de heróis no cinema. O lema "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades" e a cena do beijo com Mary Jane, na chuva, entraram para a história. E vingou em mais dois filmes: Homem-Aranha 2 e Homem-Aranha 3. Mas nem tudo são rosas, surgiram os terríveis: Demolidor, Elektra, Hulk, Justiceiro e um obcuro filme do Homem-Coisa (sim, esse filme existe)

Para não ficar para trás com os lançamentos de Batman Begins e Superman: O Retorno, eles lançam o Quarteto Fantástico (que ainda consegue uma continuação com Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado) e o Motoqueiro Fantasma (com Nicholas Cage, que na minha opinião está velho de mais pra fazer o papel do herói).

Nas linhas adultas Vertigo e Wildstorm, a DC também lançou A Liga Extraordinária (uma reunião de grandes personagens literários, mas pouco fiel ao original dos quadrinhos), Constantine (o bom e velho exorcista, um dos melhores filmes de heróis, na minha opinião) e V de Vingança (liberdade para sempre! \o/). Todos baseados em obras fantásticas. Além disso, foi feito (possivelmente) o maior filme de heróis de todos os tempos: O Cavaleiro das Trevas (novamente temos Christian Bale como Batman, mas o grande destaque é para o Coringa de Heath Ledger, que ganhou o Oscar de melhor ator, mas Heath morreu pouco antes da estreia do filme e esse foi o primeiro Oscar póstumo a ser entregue). Outro filme que não deixou decepções foi Watchmen (com o seu clássico "quem vigia os vigilantes?"), descubra com o misterioso Rorschach quem matou o Comendiante (a banda My Chemical Romance fez uma música especialmente para o filme: Desolation Row). O último a ser lançado foi Jonah Hex, um clássico bang-bang: uma aventura no oeste selvagem (destaque para Megan Fox, os marmanjos babam).


Enquanto isso, na Marvel... veio um filme que alavancou a editora novamente: Homem de Ferro, um filme cheio de ação e muito bem-humorado, e que contou com a ótima atuação de Robert Downey Jr., não deu outra - Homem de Ferro 2 (e dessa vez com Scarlett Johansson como a Viúva Negra). Houve uma tentativa de recuperar os péssimos rendimentos anteriores com O Incrível Hulk e Justiceiro: Zona de Guerra, e mais uma vez o Hulk e o Justiceiro se mostraram ineficazes na Sétima Arte. Então veio um novo e, na minha opinião, melhor filme dos mutantes, X-Men Origens: Wolverine (Hugh Jackman consolidou a sua imagem como o velho Carcaju). Outro que se destacou foi Kick-Ass, a história de um nerd que, por acaso, se torna um herói mascarado (aprenda como ser um ninja com a Hit-Girl). E o novíssimo (confesso que ainda não tive tempo de ir assistir) Thor.


            *I'm too sexy for you.*


Notas finais:

  • Não tinha como falar de todos os filmes da Marvel e da DC, caso contrário esse post teria 493842982 linhas.
  • Preciso ir ao cinema urgentemente assistir Thor e estou esperando ansiosamente as estreias de X-Men: Primeira Classe, Lanterna Verde e Capitão América: O Primeiro Vingador.
  • Também existem adaptações conhecidas de outras editoras como Hellboy (1 e 2), Sin City: A Cidade do Pecado, The Spirit, Transformers (1 e 2, Megan Fox, Megan Fox, Megan Fox!), Scott Pilgrim Contra o Mundo e 300 (muito bom, muito bom mesmo!)